Projeto Político-Pedagógico 

        Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, toda escola precisa ter um Projeto Político-Pedagógico, o PPP. Esse documento deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários, pais e alunos pretendem construir na unidade e qual a formação querem para quem ali estuda. Elaborar um plano pode ajudar a equipe escolar e a comunidade a enxergar como transformar sua realidade cotidiana em algo melhor. Se  for bem planejado, o documento pode gerar mudanças no modo de agir de todos os atores envolvidos no processo educacional e na comunidade. Quando todos enxergam de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição e participam do processo de construção do PPP, o resultado é uma verdadeira parceria que contribuirá, positivamente, em todo o processo ensino-aprendizagem.

        O processo de elaboração e implantação do projeto político-pedagógico é complexo e alguns aspectos básicos devem estar presentes na elaboração do mesmo.  Antes de mais nada, é preciso que todos conheçam bem a realidade da comunidade em que se inserem para, em seguida, estabelecer o plano de intenções - um pano de fundo para o desenvolvimento da proposta. Na prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Uma vez que isso esteja claro para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto. São eles:

 

  • A proposta curricular - Estabelecer o que e como se ensina, as formas de avaliação da aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na escola, entre outros pontos.

 

  • A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar para cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas.

 

  • A gestão administrativa - Que tem como função principal viabilizar o que for necessário para que os demais pontos funcionem dentro da construção da "escola que se quer".

 

        Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos valores que se deseja instituir na escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-lo na prática - sem esquecer, é claro, de prever os prazos para tal. Além disso, um mecanismo de avaliação de processos tem de ser criado, revendo as estratégias estabelecidas para uma eventual re-elaboração de metas e ideais. Indo além, o projeto tem como desafio transformar o papel da escola na comunidade. Em vez de só atender às demandas da população - sejam elas atitudinais ou conteudistas - e aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a sugerir aos alunos uma maneira de "ler" o mundo.

         A elaboração do projeto pedagógico deve ser pautada em estratégias que deem voz a todos os atores da comunidade escolar: funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é tarefa, por excelência, do diretor. Mas não existe uma única forma de orientar esse processo. Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os diferentes segmentos da comunidade estão representados, e também pode ser conduzido de outras maneiras - como a participação individual, grupal ou plenária. A finalização do documento também pode ocorrer de forma democrática - mas é fundamental que um grupo especialista nas questões pedagógicas se responsabilize pela redação final para oferecer um padrão de qualidade às propostas. É importante garantir que o projeto tenha objetivos pontuais e estabeleça metas permanentes para médio e longo prazos.

 

Importante: O PPP não deve ser confundido com o Planejamento Escolar. Embora os dois contenham características semelhantes, há diferença na duração: o Planejamento Escolar é um plano de ações a curto prazo (para o ano letivo), enquanto que o PPP estabelece metas para um período de 3 a 5 anos. 

  

Clique, aqui, e veja a sugestão de um roteiro para a construção de um projeto político-pedagógico. Não se trata de um modelo, mas de um roteiro que deverá ser discutido e, se necessário, modificado em função da realidade da escola.

 

 

Fonte: NOVA ESCOLA. Planejamento. Edição Especial. São Paulo, n.24, Janeiro 2009